Entrou, observou tudo ao seu redor e sentou-se no velho sofá de canto. Parecia que estava esperando por ela, para que lhe oferecesse algo para beber, ou sorrir dizendo que sentiu saudades, mas só havia pó fazendo-lhe companhia na sala e o barulho do relógio incomodava. Solidão. Era estranho, talvez, estar novamente naquele lugar. Observou como tudo continuava do mesmo jeito em que deixara, desde o dia em que tudo acabou. Acendeu um cigarro, catou os cacos de vidro do chão, recolheu as fotos rasgadas, as cartas espalhadas por todos os cantos. O fim do relacionamento foi muito tumultuado, e ele já não sabia se ainda queria lembrar-se de tudo. Aquelas ultimas palavras não saiam da sua cabeça…. “Você nunca se importou, não significou nada para você, eu sempre falo e você só fica quieto, afinal de contas, o que somos?”. Desejou, por alguns segundos, morrer. O cheiro da ultima noite juntos, ainda estava no edredom, amarrotado em cima do sofá. Moveu-se em direção à porta, já não fazia sentido ensaiar respostas, enfrentar seus medos, se entregar. Tudo havia acabado. Pensou em telefonar, mas achou melhor não. “Acabou”.
(dessa vez sem reticências).
Jeniffer Yara
Quando acaba é duro,por que dói,magoa,fica cravad a dor,como fica cravado a dor de ter levado uma facada no peito. Mas as coisas acabam,mudam,e precisamos sobreviver á isso.
Beijo
Raull gomes
So Perfect **